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domingo, 24 de junho de 2012

DR entre eu e mim





Volta e meia me pego narrando a minha própria vida. Dei-me conta de que sou ótima narradora, péssima atriz do meu próprio filme, ou melhor, novela, que é mais chato e dramático. Eu, descolada de mim, faria coisas maravilhosas. Eu, dentro do meu corpo (presa nele, diga-se de passagem), faço várias besteiras, complico a minha rotina, tiro a beleza do simples e encho de nós aquilo que podiam ser laços bonitos e simples de desatar. Já disse aqui que tenho mania de viver no modo automático, sem parar pra pensar muito na vida. Quer dizer, não é que eu não pare pra pensar, mas é que o meu parar pra pensar já é tão comum, que também virou automático. Então volta e meia tenho de ser agressiva e me dar umas broncas do tipo “acorda, menina, talvez você morra hoje” Parece trágico, mas acho que é o que a minha mãe tentava fazer comigo, na época em que eu não podia fazer isso sozinha. Ela dizia que eu ia morrer, de um modo carinhoso, dizendo “você vai crescer, eu não estarei aqui pra fazer as coisas por você e...”. Acho que essa história de “você vai crescer” é um bom eufemismo pra “você vai morrer”. Aí a minha mãe (e o meu pai também, mas de outro modo que não importa aqui) me deixou um lindo superego de presente, que fica funcionando ininterruptamente, ora pra me foder a vida, ora pra me ajudar nela. Enfim, estou dizendo tudo isso porque percebo que a mesma coisa que me ajuda, me complica, e é simplesmente por eu não saber fazer uso daquilo. E acho que estou escrevendo também por obrigação, porque acho que esse blog está levemente abandonado. Talvez ele não precise mais existir. Mas precisar existir eu também não preciso, né. Que papo suicida. Metaforizem-me, por favor.

5 comentários:

Ferr disse...

Foi um papo meio confuso, mas gostei de ser "expectadora" dele. Bem melhor que novela, fala sério.

Ananda Sampaio disse...

É normal na natureza humana a contradição.Somos eternamente contraditórios!

lírios e fisio disse...

Adorei o texto e muitas vezes nos sentimos assim mesmo: incapacitadas de continuar achando que sumir é o melhor! Mas não desanime não! Quero ler mais e mais do seu blog! Amei! Bjs

Giovanna Cóppola disse...

Talvez o "você vai crescer" também seja um "você vai viver". :)

Anônimo disse...

Não sei o que você espera com esse texto, sem ter consciência, claro. Mas o mais certo aí é que você é parte do Universo e etá aqui pela mesma razão que nós todos , fincados num planeta maluco, onde falamos o que não pensamos, pensamos o que não falamos, ajudamos quem não prrecisa, fodemo s quem poderia precisar, transformamos a simplicidade da vida num bombril lascado e depois ficamos chorando dentro dele, sem sabermos como sair, quando, na verdade, o bombril é apenas metafórico . Então, se servir pra você, não vou dizer para dar comida aos cães, atravessar a rua com velhinhas nem criar gatos atrpelados, nada disso. Apenas busque coisas boas nas pessoas e troque com elas sem esperar porra alguma . Sinta, todosos dias, que você está viva porque vivueu. Leia, estude, ame, ande, nada, corre, xingue, brigue, dê e tome porrada, ande pra lá e pra cá, afinal de contas você nam mesmo sabe o que veiio fazer aqui, e não pense em teorias fora de você. Tudo o que você tem de ferramenta pra viver está aí dentro de você e ninguém mais. Boa Sorte, menina !!!